As quedas representam uma das principais causas de lesões e hospitalizações entre idosos, especialmente no ambiente domiciliar. Estima-se que aproximadamente um terço da população idosa sofra uma queda a cada ano, e muitas dessas quedas resultam em consequências graves, como fraturas, trauma craniano e perda de independência. A compreensão dos fatores que contribuem para as quedas e a implementação de estratégias eficazes de prevenção são essenciais para melhorar a qualidade de vida dessa população vulnerável.
As quedas em idosos são multifatoriais, sendo influenciadas por uma combinação de fatores fisiológicos, ambientais e comportamentais. Entre os principais fatores de risco, destacam-se:
- Alterações Fisiológicas: O envelhecimento resulta em diversas mudanças no corpo, como diminuição da massa muscular, redução da densidade óssea, diminuição da coordenação motora e instabilidade postural. Além disso, condições como a osteoporose aumentam significativamente o risco de fraturas durante uma queda.
- Problemas de Mobilidade e Equilíbrio: Muitos idosos apresentam comprometimentos motores devido a condições como artrite, neuropatia periférica ou doenças neurológicas, como Parkinson. Essas condições afetam a capacidade de manter o equilíbrio, aumentando a probabilidade de quedas.
- Uso de Medicamentos: O uso de medicamentos, especialmente os polifármacos, é um fator de risco significativo. Certos medicamentos, como sedativos, antidepressivos, e anti-hipertensivos, podem causar sonolência, tontura e alterações na percepção, o que aumenta a probabilidade de quedas.
- Problemas Visuais e Auditivos: A diminuição da acuidade visual e auditiva é comum no envelhecimento e contribui para a dificuldade de perceber obstáculos e sinais de perigo, aumentando o risco de quedas. A combinação de catarata, degeneração macular e presbiopia pode afetar gravemente a capacidade do idoso de navegar em seu ambiente com segurança.
- Condições Ambientais: O ambiente doméstico muitas vezes apresenta riscos que podem ser evitados com ajustes simples. Pisos escorregadios, tapetes soltos, falta de iluminação adequada e escadas mal sinalizadas são apenas alguns exemplos de fatores ambientais que contribuem para as quedas.
- Aspectos Psicossociais: A falta de confiança na própria mobilidade, ansiedade em relação a cair e o isolamento social também podem contribuir para um aumento nas quedas. Idosos que se sentem inseguros ou têm medo de cair tendem a se movimentar com mais cautela, o que pode resultar em desequilíbrio.